quinta-feira, julho 06, 2006

A Singela Lambida


Quando Zé acordou depois de uma noite de sonhos eróticos, viu sua cueca rasgada tamanho era o tesão. Um banho frio não foi suficiente para diminuir toda tensão acumulada, muito menos o buraco na parede conseguiu diminuir o enorme ímpeto que tomava conta de Zé, tão solitário em seu banheiro, tão solitário em seu em seu apartamento vazio, tão solitário em meio a multidão nervosa numa tarde quente de um centro urbano.
Zé passou todo aquele dia com a libido a 100%. Ao chegar em casa de noite, algo como uma visão do paraíso surgiu em seu sofá, algo que o faria feliz e menos solitário, que o faria encarar a vida de maneira mais positiva, que poderia aliviar seus ímpetos e realizar seus desejos mais sombrios: uma pequeno ser de plástico, sem os braços, para não repelir os ataques do selvagem Zé. E naquela mesma noite, uma luz de lua cheia entrava no apartemento escuro, Zé ergueu a bonequinha para o alto, contemplando aquele corpinho nu, abriu suas perninhas, sentiu o cheiro do plástico e deu uma singela lambida na xoxotinha da boneca, e caiu duro no chão, com um sorriso no rosto, e ficou lá deitado com a bonequinha do seu lado, também sorrindo.

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