O saxofone toca uma melodia...assim...suave como carícias lentas nas costas da amada as curvas dela o som gira e gira suave gostoso me lembrando tardes quentes abafadas o sol no horizonte laranja o som de prédios em construção pum pum zzzzz serra em ferro ergue os exuberantes colossos, melancolia. Triste suave seda no ar observo-a dormindo respirando devagar barriga sobe desce lindo suave e triste o sax cobre tudo o disco roda ela dorme o cigarro queima lento lindo suave triste na meia luz do quarto onde sento olho observo admiro seu corpinho pequenas curvas de menina porém mulher lábios finos vermelhos quentes quando os beijo agora semi-abertos deixando entrever dentes brancos alinhados, exuberância. Improviso ela solta sem pudores amores selvagens uma leoa agora dormindo uma gata mansa olhos não de ressaca muito menos dissimulados e sim diretos incisivos felinos nunca trôpegos sempre em busca de algum sentido oculto em meus atos trejeitos andares falas qualidades defeitos...um devaneio a música intensifica um pouco mas ainda assim suave e triste agora transbordante não mais evocando o passado aquelas tardes soturnas mas sim agora algumas madrugadas eu entrava numa piração e acordava não sei onde e hoje já não piro tanto ela é a piração dorme tão profundo, paz. O cigarro chega ao fim pensamentos devaneios uma ansiedade inexplicável ao som do sax belo triste e suave transbordante e ela sempre nessa de querer ser independente e eu com minhas dúvidas as velhas dúvidas sempre as mesmas porque ela é desleixada e fala demais e me domina e nem quero pirar tanto mas eu gosto e não gosto disso e sempre as dúvidas e agora até parece um sonho oculto em qualquer lugar que jamais alcanço um não sei o que sublime mas é claro só pode ser o sax que não para não pode parar tão belo triste suave transbordante solitário ser noturno divagações e minhas dúvidas, desespero. E quero sair dessa quando entro pareço não sair mais mas dessa vez é diferente o sax belo triste suave transbordante solitário me preenche intensamente as tardes e as madrugadas já não voltam à mente mas sim um nascer de sol colorido imponente colossal faz me sentir bem sorriso nos lábios dúvidas se dissipando não inteiramente preciso sempre delas mas que elas não sejam tão grandes a ponto de me engolir eu engulo elas primeiro sou maior e ainda a observo o amor parece crescer ou é a vontade de ser um só mesmo assim com tantos defeitos ela e eu imperfeitos completando-se quase à perfeição porque isso não existe mas mesmo assim tão belo e alucinante ela acorda me olha ouve o sax com calma olhos brilhando e eu a olho e ela me olha também sorrisos tudo podia ser assim mais simples e não esse peso todo mas o sax belo triste suave transbordante solitário agora não parece mais solitário, toca para dois amantes.
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3 comentários:
Seria um sexo ao som do Morphine?
aaahhh, Morphine, Sax->Sex
hell yeah bitch
Um misto de William Burroughs e meu pau no teu cu.
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