segunda-feira, novembro 26, 2007
Sax
sexta-feira, agosto 24, 2007
domingo, agosto 19, 2007
Top 20
1. Tira o timbu do pinico - Banda Chapéu de Rola
2. Assado, porém feliz - João de Deus
3. Lasca, lasca - Cara de Tabaco
4. Como cru, como teu cu - Bastiana Desengonçada
5. Feijão com arroz é bom demais - Sapo e banda
6. Galácida - Chico Mosquito
7. O quebrador de gelos - Gogó de Sola
8. Vixi Maria, dei meu cu - Castanhola
9. Cortei meu pentei de urso - Altamiro Carijo
10. O caça cus - Manfredo boyola
11. Ai mamãe, caguei nesquik - Buiú
12. Vesti teu pau - Joana Mendes
13. O Holocausto das girafas - Mussum
14. Trem da gala - Vômito e banda
15. O chupador de pés descalços - Ciriguela
16. Hoje matei tua mãe - Cara de Soda
17. Lá vem o negão - Le Blê
18. O Zumpa é criança - Fi di Rapariga
19. Tomar no cu, mizera - Pedro Castanhola
20. Perdi meu pau pra uma guenza - Deus
quinta-feira, agosto 16, 2007
Alucinações à Beira Mar (Alucinações, vol. I)
segunda-feira, julho 23, 2007
Cenas da Vida Cotidiana
Matou o vizinho, antes de ficar completamente surdo. Matou o cachorro, já não suportava o bruto. Depois de tanto azedume, enterrou a cabeça na areia. Nunca mais o encontraram.
Tirou a camisa. Tirou o calção. Abaixou-se. Cagou no chão. Pira pirá pirou.
Ressaca. Água. Cagada. Fede pra caralho. Banho frio. Freezer. Cerveja gelada. Cerveja gelada. Cerveja gelada. Garrafa vazia. Chão. Ressaca.
Não era tão dado aos esportes. Jogava mal pra burro, sempre o último a ser escolhido para o time, isso quando o escolhiam. Cresceu, virou árbrito. Ah, sim, aceita proprina.
Banana pra vender. Banana pra foder. A vendedora de banana assim leva a vida.
Um dia vi o Bob. Vi também o Zumpa. Vi o Marça. Vi o Nando. Todos juntos, cantamos uma canção: o Bob não é criança não.
Não havia absolutamente nada a fazer. Resolveu beber. Se embebedou. Foi ao Zoológico. Sentou com os macacos. Conversou com os micos. Descobriu o sentido da vida. Chegou em casa. Cagou com enorme satisfação.
Comprou o ingresso de sua banda favorita. Chance única na vida. Tão feliz estava no dia, que bebeu, no intuito de ficar ainda mais feliz. Bebeu e bebeu, e ao sair de casa, caiu no chão. Vomitou. Perdeu o show. Teve a pior ressaca da vida.
Uma hora estava em um lugar, outra hora estava em outro. Não ficava quieto um instante. Resolveu correr. Tropeçou e caiu.
Achava que era uma bolinha de borracha. Rolava pelos cantos. Um dia, se cansou. Resolveu ser um inseto. Morreu com uma maçã podre cravada nas costas.
Família sentada na mesa. O pai, a mãe, a filhinha, o filhinho. E então, como um raio, não mais que de repente, o filhinho solta: “Paiê, o que é Suruba ein?”
Era um incendiário irremediável. Na ânsia de ver tudo queimar, tocou fogo no próprio pau. Hoje, pode ser visto em megaproduções pornográficas.
Era tão tarado, mas tão tarado, que tentou comer o próprio cu.
“AH ANH ANH, UH, OH, HMMMMMM, UAAAAAAAHHHHHHHHHH, gozeeei.”
quinta-feira, junho 07, 2007
A última chance de abandonar a terra antes de ser reciclada
quarta-feira, junho 06, 2007
A Kalashnimetamorfose
Quando Gregório Sansão acordou de uma noite de sonhos eróticos/fetichistas, se viu metamorfoseado numa gloriosa arma, mais precisamente, uma puta de uma AK-47. Indignado com o fato, berrando 600 balas por minuto, acabou matando a família toda. Diga-se de passagem que foi, obviamente, um acidente. Um terrível acidente é verdade, mas ainda assim, um acidente. Gregório, naquele momento de tensão, sem saber ainda das suas novas potencialidades, entrou em quase desespero. Mas Gregório sempre foi um rapaz bastante inteligente, um corretor da bolsa sagaz e aplicado, que ganhava horrores com seus golpes sujos. Muda então o nome, sem nenhuma surpresa, para Avtomat Kalashnikova de 1947. Nunca suspeitaram de Gregório, e o agora Kalashnikova embarcou para Rússia, sua terra natal. Lá chegando, ficou bastante feliz, pois encontrou algumas irmãs e irmãos, iguais a ele, na mesmíssima condição. Indignados com a injustiça de não terem seus direitos humanos reconhecidos, Kalashnikova e seus irmãos se auto-contrabandearam para o Afeganistão, como forma de protesto. Porém, ao noticiar o fato, a CNN não deu crédito aos protestantes, o que fez com que os insurgentes se revoltassem ainda mais. Kalashnikova bola um mirabolante plano, e vai parar nas mãos de terroristas e fanáticos em geral. A família Kalashnikova acha-os bastante simpáticos, dignos até de uma música, ou uma historinha de ninar. Kalashnikova, que um dia foi Gregório Sansão, já nem lembrava mais do Brasil, e passava os dias felizes, cuspindo balas, e matando gente, ainda tentanto se fazer ouvir pelo mundo, mas não por isso frustrado, pois tinha a certeza de que uma dia iria ser ouvido. No entanto, como todos sabem, a madeira de Kalashnikov apodreceu, e ele nunca teve suas reinvidicações ouvidas. Mas, apesar de Kalashnikov ter morrido, sua carcaça ainda serve de bengala para um velho Iraniano. Fim!
terça-feira, junho 05, 2007
Return To Cookie Mountain
Ao procurar ouvir bandas que nunca ouvi antes sempre me encontro com algumas decepções, e alguns achados, e de vez em quando, algo mais que um achado, uma descoberta surpreendente. Foi o que aconteceu ao ouvir Tv On The Radio pela primeira vez, com este álbum de 2006, Return to Cookie Mountain. Tentar descrever o som desse cd é tarefa difícil. Um som por vezes estranho, mas nunca deixa de ser arrebatador. Um tipo de mistura que dá certo, um rock alternativo/experimental com leves toques de Jazz, música eletrônica, e outras coisas que não sei bem definir.
Abaixo, um video gravado num show, a música se chama Blues From Down Here, talvez a melhor do cd. O áudio tá uma porcaria, mas foi o que eu achei no youtube.
domingo, junho 03, 2007
quinta-feira, maio 31, 2007
Meus queridos ditadores - parte 1
quarta-feira, maio 30, 2007
I hope tomorrow is like today
terça-feira, maio 29, 2007
Será o mundo um lugar chato?
Outra que causou polêmica pelos mesmos motivos foi uma capa, também da Marvel, de um quadrinhos que será lançado em Agosto em terras estadunidenses. Logo abaixo a bela arte , considerada "apelativa" por seus detratores. Sinceramente, não entendo tanta discórdia.
Mas, no fim das contas, o mundo não é chato. Isso é de fácil constatação devido a um estudo feito na Espanha - "Consumo de cerveja aumenta a tolerância ao esforço físico e reduz o estresse que representa fazer exercícios em condições extremas, diz estudo realizado em Granada, Espanha" Eu sempre soube que a cerveja fazia bem, mas agora ta aí um estudo pra comprovar. (se bem que não precisa de comprovação, basta apreciar, com ou sem moderação, olha o liquido dos deuses pra vocês:
Deixa a esculhambação nos levar. E viva Baco.
El Clown
O acordar, essa hora tão frustrante. Os sonhos desvanecem em meio a uma realidade cinzenta, na meia luz matutina do quarto do palhaço com cheiro de álcool. A frustração opressora assombra El Clown (como gosta de ser chamado) na manhã, a hora mais difícil de seu dia. Levanta com a cabeça pesada, xingando tudo e todos, com a vista ainda anuviada do sono, tateando as paredes, com suas luvas de pano ainda em mãos, a pintura ainda no rosto, em roupas coloridas, que ecoam uma alegria fugaz, e sempre o fazem relembrar dos sorrisos pueris, aqueles belos sorrisos, pelos quais anseia incessantemente, em busca da redenção, que nunca chega.
Os sorrisos sempre o perseguem. A irônica relação d’El Clown com os sorrisos poderia doer em corações mais sensíveis, que viessem a conhecê-lo, mas El Clown mal conhece alguém, quanto mais alguém mais sensível. Algumas prostituas que o tempo já desgastou, tanto fisicamente, quanto moralmente. Um ou outro morador de rua, que passa os dias a bater carteiras alheias, de incautos passantes. Ninguém se dói pelo Clown, pelo seus pesadelos noturnos, e desejos diurnos de sorrisos melosos, pequenos sorrisinhos perfeitos, brancos e inocentes. Os sorrisos que todas as noites El Clown se esforça ao máximo para arrancar. As palhaçadas humilhantes. Sempre chega em casa extasiado, mas não adormece com facilidade. E todas as noites seus sonhos desandam em pesadelos terríveis, em que os sorrisinhos pueris se transformam gargalhadas do mais puro escárnio, da mais baixa humilhação, para, logo após, se transformarem em dentes afiados de lobos carniceiros, que arrancam sua carne com mordidas furiosas.
El Clown não consegue fugir. Os sonhos e os pesadelos sempre o alcançam. E a manhã também, sempre tão frustrante, o difícil despertar, em que o peso da vida o quer manter preso a sua cama. El Clown acorda todos os dias, para seu grande desespero. Acorda sempre ansiando os sorrisos que o perseguiram durante o sono. Nessa ânsia, sempre aceita novos trabalhos para animar festinhas infantis. Apesar de tudo, é um palhaço competente, e as crianças o adoram.
Mal consegue chegar até o banheiro. No espelho, o rosto pintado. Tenta tirar a máscara que tanto odeia, mas que precisa para alcançar os risos necessários ao seu desespero. El Clown, apesar de tentar todas as manhãs, nunca consegue tirar a máscara, que ressoa a uma falsa alegria, com um sorriso pintado há tanto tempo que já nem lembra mais. A máscara é seu próprio rosto, que mente para todos, e quer enganar até a ele próprio. A tinta seca em sua pele já se tornou a própria pele. Não existe mais o homem por trás da máscara, apenas El Clown e seu sorriso falso. O homem quer derramar seu pranto, mas El Clown quer apenas dar sua gloriosa cagada matutina.
Seu apartamento é minúsculo, mal cabe outra pessoa. Mas nunca há outra pessoa, só nas segundas, quando divide sua cama com uma puta velha e mal cheirosa. O sexo é um tanto atabalhoado e desconexo. El Clown não nasceu para o sexo, disso ele tem certeza, mas nunca deixa de fazê-lo nas segundas. A companhia não dura até a manhã seguinte, e El Clown acorda sempre só, e o acordar, tão frustrante, tão pesaroso, açoita o palhaço diariamente, assim como os beijos da noite anterior, beijos de açoite.
O espelho o assombra. Ele sempre pensa em despedaçá-lo, mas sempre, no último segundo, não consegue quebrar os reflexos dele próprio, estará sempre preso atrás da máscara, atrás do sorriso vermelho, tão perfeitamente pintado, simétrico, artístico, evocando uma melancolia tão profunda. As crianças, é claro, não percebem esse desespero pungente naquele sorriso de tintas secas, apenas a alegria do momento, a alegria triunfal de festinhas infantis, nas quais os adultos bebem, as crianças correm, suam, pulam, riem, riem, e riem, e o palhaço se regozija, ao menos uma vez ao dia.
O seu dia começa após o expurgo matinal. O desespero pungente do acordar aos poucos vai dando lugar a uma leve tristeza, que vem do âmago do homem que um dia foi, e vai crescendo em pontadas de dor aguda em seu estômago e pulmões. Para El Clown, o homem que quer vir à tona não tem a força necessária para tanto, não tem a força para vencer as tintas de seu rosto. E o subjuga facilmente, como faz todos os dias.
Tirando as segundas, há apenas seu cacto. Após subjugar o homem que luta por trás da máscara – com força cada vez mais minguada – El Clown aprecia seu cacto, uma planta com a qual divide o seu desespero, e sua decrépita solidão. Aprecia, acima de tudo, os espinhos. Deixa-o sob o sol do meio dia, para se deliciar sob a quentura escaldante. Enquanto isso, o palhaço abre uma cerveja, e aprecia os espinhos.
Após o espetáculo dos espinhos, EL Clown desce para a rua, onde já nem causa mais impacto, por ainda estar de máscara, e com roupas coloridas, em meio a uma rua imunda, de prédios pela metade, com os tijolos nus. No bar da esquina, após o almoço, senta num canto qualquer. E bebe. Observa os outros com desdém, porque a essa hora do dia a frustração dos sonhos se esvai em goladas de cerveja, e sobra apenas a sensação de liberdade propiciada pela mascara. Os outros não são livres, pensa o palhaço.
Depois de gastar quase todo o dinheiro que recebe na festa do anterior, a embriaguez doce o alcança, e ele se prepara para mais uma festa, para mais um clímax. Todos os dias dá seu espetáculo em festas diferentes, para crianças diferentes. Na falta de festas, a rua é seu palco. Mas nesses dias, ao chegar em casa, o desespero já se inicia antes de dormir, pois lhe faltaram os sorrisos pueris, os únicos que o acalentam.
O maior espetáculo d’El Clown começou como um dia qualquer. Ao apreciar seu cacto, notou um espinho que havia crescido mais que os demais. Ao invés de abrir uma cerveja, abriu a garrafa de uísque a muito guardada para uma ocasião especial. Tomou-a quase que de um gole só. Bebeu mais ainda no bar. E na festa desta noite, daria seu maior espetáculo, o mais memorável de todos que já deu.
Começou como todos os outros, com as pequenas mágicas. Errava todas, cambaleante, trôpego. Os risos eram mais fortes, os mais potentes que jamais vira. Antes de meia hora de festa, já estava completamente em êxtase. Colocou um cd da Xuxa. Dançava o Ilariê, com as crianças pulando ao seu redor. Era quase um delírio para El Clown. Ele sabia que aquele espinho que havia crescido demais só podia significar um presságio. Completamente embriagado, o palhaço dançava, e pulava, e cantava, e rodopiava.
Ila-ri-la-ri-ê, ô ô ô, no meio dos baixinhos, sem que ninguém visse, chegava a um orgasmo multicolorido, no clímax de sua vida. E, nesse exato momento, enrijecido de prazer secreto, caiu duro no chão, com o sorriso de sua boca maior que o sorriso de sua máscara.
Ila-ri-la-ri-ê, a turma da Xuxa vai dando seu alô. As crianças continuaram, rindo, pulando, cantando, dançando. Iam se lembrar para o resto de suas vidas como a melhor festa de suas infâncias, numa lembrança enevoada pelo tempo, apenas sorrisos, e um palhaço saltitante, um que tropeçou, caiu, e nunca mais se levantou, o que causou risos histéricos, e câimbras de tantas gargalhadas. A morte do palhaço em meio às crianças foi o maior espetáculo d’El Clown, o mais memorável que já fez.
quarta-feira, março 07, 2007
Inércia!?
Chame-me de louco
Encha meu copo
Acenda meu cigarro
E não me deixe andar só por ruas
Que sempre terminam em lugar algum
De um lugar qualquer
Um lugar comum
Chame-me de louco
Guie-me por avenidas lotadas
De pessoas que não vão, não vêm
Permanecem inertes
No torpor diário dos carburadores
De vozes tresloucadas
Que nada dizem
Chame-me de louco
Neste precipício em que estou
Alheio ao tempo
Ao temporal fustigante
Às suas investidas cruéis
De me fazer curvar
Diante as curvas da cidade
Chame-me de louco
Acenda mais um cigarro
Encha novamente meu copo
Senta ao meu lado
Bata-me com as mãos nuas
Faça-me sangrar
Como o louco que eu sou
Chame-me de louco
E deixe-me com meus vícios
Meus pensamentos
Em praças lotadas de esquecimento
De mentes
Que amaldiçoam o sol, o chão, o concreto, o asfalto
Sufocadas em nuvens cinzentas
Louco?
Estes que passam, nada vêem
Estes que voltam, nada viram
Estes que permanecem, são cegos
Lutar pra quê?
Encha meu copo
Acenda meu cigarro