segunda-feira, agosto 14, 2006

Minha rebelião cósmica de outono

O sol se pôs e nunca mais voltou para anunciar as manhãs doentes de decadência e destruição, para acender poços de petróleo fumegantes, que ardem em fogos azul, amarelo e verde. O sol se escondeu do caos ordenado por foguetes azuis, brancos e vermelhos, por aviões supersônicos a zombar dos frágeis prédios de concreto sob suas asas.
O outono surgiu na escuridão do mundo, levando as últimas folhas verdes para recantos profundos, deixando apenas o cinza e as cinzas de um velho mundo.
No planeta morto, carros esquecem de trafegar, tvs não transmitem as mentiras diárias em doses homeopáticas, elevadores não sabem mais o caminho do céu, escadas desmoronam sobre as cabeças cancerígenas e olhos arregalados, palácios governamentais acendem em grandiosas explosões subatômicas.
Os últimos recursos energéticos dão força aos ônibus espaciais, onde os grandes líderes, os grandes farsantes e os pequenos vendedores ambulantes de produtos de beleza fogem do eterno outono que recaiu sobre o planeta.
O último reduto da humanidade, a expansão espacial, a última chance de uma raça em extinção. No planeta moribundo, apenas a escória, para viver sufocada por gases sulfúricos e letais. Não se ouve o gorjear das aves. No exílio, tudo morto, menos os moribundos soldados em verde e marrom.
No espaço a nova esperança, prontamente decapitada por múltiplas explosões nucleares, que derretem o aço e destroçam a vida dos pretensos conquistadores espaciais.

Adeus grandes líderes fugitivos, queimem no inferno. Escória, bem vinda ao planeta Terra, acomodem-se, não há escapatória.

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